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REPORTAGEM


Feliz Natal e Próspera Mitigação

Imagem
Foto: Flickr/Markus Spiske - raumrot.com
Publicado em 18/12/2015
Se não queremos que o Pai Natal deixe o gorro em casa e passe a usar t-shirt, há que travar as alterações climáticas! Nesta quadra festiva, o Clima@EduMedia falou com a engenheira do ambiente Filipa Alves, para recolher algumas sugestões de mitigação.
ImagemClima@EduMedia. Árvore de Natal do projeto.
Natal é, hoje em dia, sinónimo de consumo. Nesta época do ano disparam as contas de supermercado e de eletricidade, para além dos gastos com decorações de Natal e presentes. Ao impacto económico desta tendência de consumismo acresce o impacte ambiental com influência também no clima. Mas, afinal, o que podemos fazer para mitigar as alterações climáticas, sem mudar as tradições que tanto prezamos nesta altura?
 
Comecemos pela árvore de Natal. Quem prefere uma árvore natural deve optar por mantê-la em vaso durante alguns anos, e não pelo seu corte. “Cortar uma árvore e deitá-la ao lixo após o Natal não é uma boa solução, pois retirámos um recurso da natureza, que estava a reter dióxido de carbono durante o seu processo natural de fotossíntese”, explica Filipa Alves, membro do grupo de trabalho Energia e Alterações Climáticas, da associação ambientalista Quercus. “Usar um pinheiro artificial é uma opção com menos impactes no ambiente, se este for mantido por vários anos”, refere.
 
Para a decoração, podemos aproveitar resíduos produzidos em casa e fazer enfeites únicos. Aqui, o limite é a criatividade de cada um. Sugerimos, por exemplo, recortes de revistas e jornais, em forma de pequenas argolas ou estrelas, a serem usadas individualmente ou a agrafar formando uma corrente que substitua as tradicionais fitas; ou a reutilização de pacotes de leite para fazer formas de anjos e de estrelas, com a parte prateada do lado visível. Para os mais arrojados, porque não fazer uma árvore de Natal com recurso a garrafas de plástico PET (politereftalato de etileno), como a que vemos na imagem?
 
Quanto às usuais iluminações, responsáveis por um acréscimo de gasto de energia, “devemos optar pelas que usam lâmpadas LED, menos consumidoras de energia do que as lâmpadas incandescentes”. Desligar a iluminação da árvore ou da varanda, durante a noite ou quando não está ninguém em casa, deve ainda ser um hábito a adotar.
 
Presentear com consciência
 
“O critério número um para escolher o que oferecer deve ser a utilidade”, realça Filipa Alves. Assim, evita-se a emissão de gases com efeito de estufa no processo de fabrico e de transporte de produtos que não têm qualquer propósito. Neste sentido, a ambientalista sugere a oferta de produtos alimentares da preferência do  presenteado. Se forem produtos locais tanto melhor, pois o impacte ambiental associado ao transporte será menor. Vinhos, licores, azeite e doçaria tradicional, são alguns exemplos de iguarias regionais muito apreciadas.
 
Dentro das alternativas com utilidade, na escolha de roupa, por exemplo, há que valorizar as peças com certificação de origem ecológica, que atesta um processo de fabrico ambientalmente mais sustentável.
 
Já no caso dos pequenos eletrodomésticos, televisores ou computadores, cujos “componentes eletrónicos têm grande impacte ambiental, devemos estar atentos ao Rótulo Ecológico da União Europeia”. A escolha deve recair sobre os equipamentos com classe mais elevada, ou seja, que afetam menos o ambiente durante o seu ciclo de vida completo.
 
Para os mais pequenos, receber brinquedos é inquestionável. Mas, “infelizmente, este tipo de produto não tem nenhuma certificação ecológica”, lamenta a especialista. Filipa Alves propõe, então, que se privilegiem os brinquedos didáticos, por responderem à questão da serventia, e os que são fabricados em madeira, material com menos impacte que o plástico.
 
Em relação à forma como as prendas são acondicionadas, podemos “substituir o embrulho em papel pelo uso de sacos de pano ou de papel reciclado, que poderão ser depois reutilizados”.
 
Quem quiser ir um pouco mais longe e fazer da sua dádiva uma medida de mitigação mais direta, pode oferecer uma árvore. Existem já pacotes de oferta com este objetivo, iniciativas oferecidas por diversas parcerias entre grupos ambientais e empresas públicas.
 
Conforto sem desperdício
 
Montar uma mesa farta, mas sem excessos, recheada de produtos nacionais ou regionais, pouco embalados, adquiridos no comércio local e, se possível, de origem biológica (produzidos segundo práticas ambientalmente sustentáveis) é a proposta indicada pela engenheira do ambiente para as ceias de Natal e para a Passagem de Ano. Devemos também “evitar os produtos descartáveis tais como guardanapos e toalhas de papel e loiça e talheres de plástico”.
 
Nestes dias festivos, para se manter uma temperatura ambiente agradável, recorre-se muitas vezes a sistemas de aquecimento. Filipa Alves recomenda o uso da lareira em detrimento de outros equipamentos. “As árvores já deram o seu contributo em termos de retenção de dióxido de carbono [CO2], portanto considera-se que a utilização de lenha tem um balanço neutro em termos de CO2. É libertado o carbono que esteve retido enquanto a árvore estava viva”, explica.
 
Se a casa não tiver lareira, o ideal é “escolher sempre o sistema que tem etiqueta energética de classes mais elevadas, sendo que os sistemas tradicionais, como aquecedores a óleo, são os menos eficientes”. A especialista sublinha também que o aquecimento “deve ser utilizado apenas o tempo suficiente para um ambiente confortável”.
 
Se o Natal ou a Passagem de Ano forem passados longe de casa é importante minimizar a emissão de gases com efeito de estufa decorrentes das deslocações. Se possível, devemos optar por transportes públicos ou então pela partilha de carro, por exemplo, com familiares ou amigos que farão a mesma viagem.
 
Fora de casa, por exemplo, em hotéis, casas de férias, restaurantes e espaços de diversão, frequentados nesta época do ano, “a tendência é para que não tenhamos tanta preocupação com os gastos, porque não vamos ser nós a pagar a fatura de água e eletricidade”. “Devemos esforçar-nos, no entanto, por manter as boas práticas, porque pagamos todos a fatura ambiental”, destaca Filipa Alves.
 
No final das festas sobram, normalmente, caixotes do lixo a abarrotar. Tentar reduzir ao máximo a produção de resíduos, pela utilização de materiais e de recipientes reutilizáveis, guardar recursos que possam ser utilizados noutras ocasiões (laços e o papel de embrulho, por exemplo), e encaminhar o que realmente for lixo para a reciclagem, são práticas a adotar nesta altura e a manter durante o resto do ano.


Texto de: Isabel Pereira
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