Clima em Direto: Pedro Pinho
em resposta às escolas
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A conferência "Clima em Direto: Biodiversidade" decorreu no dia 6 de abril de 2016 na Escola Secundária Carolina Michaelis, no Porto e contou com a participação, através da transmissão em live streaming, de dezenas de escolas um pouco por todo o país. No intervalo da conferência, recebemos em direto diversas questões a colocar aos oradores, após as suas intervenções. Pedro Pinho foi um das oradores convidados para o evento e explicou, aos alunos do Ensino Básico e Secundário, os efeitos que as alterações climáticas poderão ter nos ecossistemas terrestres, particularmente nas florestas em Portugal.
Aqui estão as respostas às questões colocadas pelos 'jornalistas júniores' das escolas participantes na conferência:
Escola S/3 Arquitecto Oliveira Ferreira (Vila Nova de Gaia): Como vão ser introduzidas as borboletas nos bosques, se estes serão construídos pelo Homem, pelo que poderão não ter as condições necessárias à sobrevivência da espécie?
As borboletas não vão ser introduzidas nos bosques. Os bosques serão criados em sítios onde hoje não existem, para que as borboletas se consigam deslocar para norte à medida que a temperatura for aumentando a Sul. Não sabemos se a construção dos bosques vai criar as condições necessárias às borboletas, mas poderemos acompanhar todos os anos se está a resultar e adaptar. Por exemplo, se soubermos quais as espécies de flores que as borboletas necessitam para se alimentar poderemos plantar essas espécies.
Agrupamento de Escolas da Sertã (Castelo Branco): Em relação às borboletas, ao criarmos pontos de passagem estamos a adaptar o ambiente às consequências dos nossos atos?
Exato. É uma medida de adaptação aos efeitos das alterações climáticas. Existem dois tipos de medidas que estamos a tomar para diminuir os efeitos das alterações climáticas: as de mitigação (como diminuir a quantidade de gases com efeito de estufa) e as de adaptação (como a plantação de bosques). Outro exemplo de medida de adaptação é a plantação de espécies que estejam adaptadas ao que está previsto no clima do futuro, por serem mais resistentes à seca.
As borboletas não vão ser introduzidas nos bosques. Os bosques serão criados em sítios onde hoje não existem, para que as borboletas se consigam deslocar para norte à medida que a temperatura for aumentando a Sul. Não sabemos se a construção dos bosques vai criar as condições necessárias às borboletas, mas poderemos acompanhar todos os anos se está a resultar e adaptar. Por exemplo, se soubermos quais as espécies de flores que as borboletas necessitam para se alimentar poderemos plantar essas espécies.
Agrupamento de Escolas da Sertã (Castelo Branco): Em relação às borboletas, ao criarmos pontos de passagem estamos a adaptar o ambiente às consequências dos nossos atos?
Exato. É uma medida de adaptação aos efeitos das alterações climáticas. Existem dois tipos de medidas que estamos a tomar para diminuir os efeitos das alterações climáticas: as de mitigação (como diminuir a quantidade de gases com efeito de estufa) e as de adaptação (como a plantação de bosques). Outro exemplo de medida de adaptação é a plantação de espécies que estejam adaptadas ao que está previsto no clima do futuro, por serem mais resistentes à seca.
Escola Básica Augusto Gil (Porto) – Qual o organismo a que nos devemos dirigir se quisermos proceder ao repovoamento de espécies vegetais por iniciativa da escola?
Apenas como opinião, as organizações locais têm o conhecimento para sugerir as espécies mais adequadas a cada local, no caso a Câmara do Porto.
Escola E.B 2,3 João Villaret (Loures) – Se não é possível reduzir a libertação de CO2, as consequências são irreversíveis?
O aumento da temperatura causado pelo aumento da concentração de gases com efeito de estufa (incluindo o CO2) será lento. Está previsto que o aumento da temperatura continue mesmo que deixássemos utilizar neste momento combustíveis fósseis, devido à quantidade de gases com efeito de estufa que já está na atmosfera. Contudo, quanto maior a quantidade que continuarmos a emitir maior é expectável que seja o aumento da temperatura. Por isso as negociações nas Nações Unidas tentam chegar a acordo sobre essa concentração - quanto menor for menor será o aumento de temperatura.
Agrupamento de Escolas da Boa Água (Sesimbra) – O que nós enquanto alunos de 8º ano podemos fazer para evitar as alterações climáticas?
O principal contributo da tecnologia terá a ver com o desenvolvimento de tecnologia que permitam gerar energia sem produzir gases com efeitos de estufa, para utilizarmos em casa, na indústria e nos transportes. Contudo, o maior contributo terá de ser dos cidadãos, através da alteração do consumo, por exemplo utilizando os transportes que emitem menos gases com efeito de estufa (bicicleta em vez do carro próprio em cidade, ou comboio em vez de avião nas deslocações médias), ou com uma dieta menos dependente de proteínas animais (porque a agricultura também emite gases com efeito de estufa, sendo a produção de carne a que mais emite).
Escola Secundária Dr. Joaquim Gomes Ferreira Alves (Vila Nova de Gaia) : Porque é que as ações de sensibilização não passam, muitas vezes, das escolas, se os maiores responsáveis não é nelas que se encontram?
Tanto quanto sei as ações que têm como objetivo passar conhecimento científico acontecem a todos os níveis, por exemplo escolas, associações locais e câmaras, e à Assembleia da República. Aqui ficam exemplos de disseminação para além das escolas, são do meu grupo de investigação, mas são comuns a muitos outros:
http://www.cienciaviva.pt/divulgacao/cafe/saude.asp
http://echanges.fc.ul.pt/projetos/adaptforchange
Apenas como opinião, as organizações locais têm o conhecimento para sugerir as espécies mais adequadas a cada local, no caso a Câmara do Porto.
Escola E.B 2,3 João Villaret (Loures) – Se não é possível reduzir a libertação de CO2, as consequências são irreversíveis?
O aumento da temperatura causado pelo aumento da concentração de gases com efeito de estufa (incluindo o CO2) será lento. Está previsto que o aumento da temperatura continue mesmo que deixássemos utilizar neste momento combustíveis fósseis, devido à quantidade de gases com efeito de estufa que já está na atmosfera. Contudo, quanto maior a quantidade que continuarmos a emitir maior é expectável que seja o aumento da temperatura. Por isso as negociações nas Nações Unidas tentam chegar a acordo sobre essa concentração - quanto menor for menor será o aumento de temperatura.
Agrupamento de Escolas da Boa Água (Sesimbra) – O que nós enquanto alunos de 8º ano podemos fazer para evitar as alterações climáticas?
O principal contributo da tecnologia terá a ver com o desenvolvimento de tecnologia que permitam gerar energia sem produzir gases com efeitos de estufa, para utilizarmos em casa, na indústria e nos transportes. Contudo, o maior contributo terá de ser dos cidadãos, através da alteração do consumo, por exemplo utilizando os transportes que emitem menos gases com efeito de estufa (bicicleta em vez do carro próprio em cidade, ou comboio em vez de avião nas deslocações médias), ou com uma dieta menos dependente de proteínas animais (porque a agricultura também emite gases com efeito de estufa, sendo a produção de carne a que mais emite).
Escola Secundária Dr. Joaquim Gomes Ferreira Alves (Vila Nova de Gaia) : Porque é que as ações de sensibilização não passam, muitas vezes, das escolas, se os maiores responsáveis não é nelas que se encontram?
Tanto quanto sei as ações que têm como objetivo passar conhecimento científico acontecem a todos os níveis, por exemplo escolas, associações locais e câmaras, e à Assembleia da República. Aqui ficam exemplos de disseminação para além das escolas, são do meu grupo de investigação, mas são comuns a muitos outros:
http://www.cienciaviva.pt/divulgacao/cafe/saude.asp
http://echanges.fc.ul.pt/projetos/adaptforchange
Recursos extra:
Projeto AdaptForChange: melhorar o sucesso da reflorestação em zonas semiáridas: adaptação num cenário de alterações climáticas
Projeto LTERmontado: A investigação ecológica de longo-termo (Long Term Ecological Research - LTER) tem como objetivo estudar todos os processos ecológicos que ocorrem a longo prazo (ex. o efeito das mudanças climáticas) e o impacto de eventos de perturbação raros ou episódicos (ex. incêndios, deflorestação), impossíveis de detectar a curto prazo.
Documentário “O Cante da Terra” (Documentário de vida selvagem realizado por Daniel Pinheiro, integrado no projecto de divulgação da biodiversidade de Neves Corvo. Uma produção da Somincor, Mina de Neves Corvo - Lundin Mining Corporation, empresa aderente à iniciativa Business and Biodiversity, com a parceria científica do Centro de Biologia Ambiental da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
Projeto LTERmontado: A investigação ecológica de longo-termo (Long Term Ecological Research - LTER) tem como objetivo estudar todos os processos ecológicos que ocorrem a longo prazo (ex. o efeito das mudanças climáticas) e o impacto de eventos de perturbação raros ou episódicos (ex. incêndios, deflorestação), impossíveis de detectar a curto prazo.
Documentário “O Cante da Terra” (Documentário de vida selvagem realizado por Daniel Pinheiro, integrado no projecto de divulgação da biodiversidade de Neves Corvo. Uma produção da Somincor, Mina de Neves Corvo - Lundin Mining Corporation, empresa aderente à iniciativa Business and Biodiversity, com a parceria científica do Centro de Biologia Ambiental da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.